Constantemente me deparo com esta questão e confesso não raras foram ás vezes que eu mesma a fiz. E é por isso que me permito questionar e tentar descobrir qual a verdadeira motivação que se esconde atrás de tão simples e corriqueira pergunta. Não me refiro a resposta que será fornecida pelo oráculo, o que também não raras ás vezes se apresenta de uma forma positiva aquietando os mais irriquietos corações. Apenas proponho uma reflexão dos motivos que nos levam a buscá-la.
Inicialmente acredito que ao consultarmos qualquer oráculo sobre os sentimentos de outra pessoa sobre nós estamos explicitando um pedido de atenção e de necessidade de segurança. Este forte indicativo de que estamos nos sentindo profundamente inseguros e que nosso relacionamento está deixando lacunas que permitem nosso devaneio, faz com que busquemos no exterior a afirmação que nos devolverá a tranquilidade e a paz interior.
Algumas vezes indica que nossas expectativas não estão sendo correspondidas, que sentimos a mudança eminente da situação e até o afastamento mesmo que implicíto do ser amado. É o momento que nossa intuição nos dá um sinal de que algo está errado e que cabe a nós a descobrirmos aonde nos desviamos do trilho da tranquilidade e como devemos proceder para colocar o trem que conduz nossas emoções de volta ao caminho.
Temos a tendência a considerar o relacionamento e o sentimento do parceiro como sendo algo imutável, estável e quase que estagnado. Frequentemente não consideramos a presença da Roda da Fortuna que aparece para dinamizar a relação e com ela realizar as mudanças que são necessárias para o nosso próprio crescimento. Ficamos quase que a beira do desespero ao considerar a possibilidade do outro estar mudando o direcionamento dos seus sentimentos e inundados deste desespero começamos a enxergar fantasmas que na maioria das vezes estão apenas em nosso imaginário, até que após várias atitudes insanas cometidas pela exarcebada vontade de retornar a Roda a sua posição de estagnação acabamos por profetizar o fim de um sentimento.
Outras pessoas tendem a não acreditar na possibilidade de serem amadas. Vivem o Enforcado na sua essência, acreditam-se vítimas e sofredoras e portanto não merecedoras de um verdadeiro afeto. Buscam no oráculo a confirmação de que mais uma vez estão sendo ludibriadas ou vivendo uma fantasia que não lhes pertencem. Antecipam o sofrimento e com ele podem se sentir novamente seguras, mesmo que seja no campo da solidão.
Outras vivem como Imperatrizes e Imperadores. Acreditam-se centro das atenções e das prioridades do parceiro e não consideram que o mesmo possa passar por preocupações ou novas situações que diminuam momentâneamente a expressão romântica. Ao invés, disso consideram estranho que demonstrações rotineiras de afeto estejam mais espassadas e com isso buscam no oráculo a confirmação da culpa que devem possuir nesta mudança, afinal se consideram os verdadeiros responsáveis por tudo que diz respeito a relação e ao parceiro.
Independente do modo de vivenciar o amor e a relação amorosa no momento que racionalizamos o sentimento do outro demonstramos a insatisfação sentida .
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